Dá para comemorar?
Hoje é o Dia Mundial da Propaganda. Será que temos o que comemorar? No Brasil, a atividade sofreu muito nos últimos anos. Perda de relevância criativa, envolvimento de maus empresários do setor com esquemas políticos de lavagem de dinheiro e caixas dois, queda de rentabilidade das agências, normas do CENP ameaçadas pelo TCU, regulamentação mais restritiva de conteúdo para produtos, perseguição a mídia exterior, crescimento da atividade inferior ao crescimento do PIB. São tantos os problemas que fica até difícil enumerá-los.
Para algumas pessoas, que parecem ser cada vez mais e terem mais articulação para amplificarem seus pontos de vista, a propaganda é uma indústria de mentirosos, enganadores de consumidores incautos, que promove a desgraça das famílias promovendo o consumo desenfreado de produtos e serviços desnecessários. E falta, aos que deveriam ser mestres na arte de comunicar, a capacidade de demonstrar a importância da nossa atividade para o consumidor final, para a população.
O único alento deste cenário tão difícil é que, na adversidade, as vaidades, as diferenças de opinião e a competitividade natural dos que deveriam liderar as mudanças se submetem a necessidade de preservação e fortalecimento, e começamos a ver surgir alguma luz sobre o futuro próximo.
O IV Congresso Brasileiro de Propaganda, a ser realizado no ano que vem sob a coordenação da ABAP, pode ser o início de uma mudança que demorou demais para ser iniciada. Foram 30 anos desde sua última edição. Só para lembrar, há 30 anos nem toda a programação da TV era transmitida a cores! A TV Tupi estava no ar e o SBT era apenas a TVS. As rádios FM estavam começando. Não existia sequer fax e o telex era moderno.
Acho que devemos comemorar o fim a inércia, e, mais do que festejar, arregaçar as mangas para que possamos aproveitar a oportunidade para realmente construir um futuro que nos faça esquecer rapidamente os últimos anos.
LáFora
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
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