O menu visual da home page entra bem na frente do popup, destruindo o efeito. Você é obrigado a deslocar a janelinha com o mouse para poder ler. Como não é uma janela normal de sistema do Windows ou Mac OS, você pode nem descobrir que ela permite ser deslocada. A falha no código do site é uma bola fora do web design, para além do fato de popups serem péssimos em si mesmos, como conceito.Pode ser só implicância minha, mas acho que, quando uma marca precisa ser explicada, é porque ela tem algum problema. No presente caso, o problema é a explicação em si mesma. Desculpe o rigor da crítica, pois redigir o texto da apresentação e aprová-lo entre múltiplos escalões de executivos cheios de pitacos - sim, trabalho no ramo e conheço essa via crucis - deve ter sido uma tarefa tortuosa e esquecível. Mas será que não dava pra evitar o festival de lugares-comuns? Senão, vejamos:
Redesenhar a marca de uma empresa reconhecida no mercado é sempre um grande desafio. A solução deve equilibrar o impacto visual da atualização da identidade com a preservação dos elementos estruturais de reconhecimento da marca com o seu público.Até aqui, beleza. Mas conforme já vimos, o pobre navio foi afundado; ficou apenas uma vela, bem menos reconhecível.
Antes de desenhar a nova marca, foi também realizada uma pesquisa com a direção, clientes e corretores, detectando-se, assim, os valores intrínsecos que deveriam ser expressos: excelência, prestatividade, transparência e humanismo. O arredondamento das pontas do quadrado azul, assim como a definição de um símbolo mais dinâmico e construído a partir de curvas, busca comunicar esses conceitos.Os cantos arredondados do quadrado, outra característica extremamente banal no universo das marcas - está aí o Itaú para me endossar - representariam prestatividade e humanismo...?! Ou essas seriam virtudes expressas da vela...?Então tá: por esse critério, só para ficar nos valores-chavões que toda empresa adora exibir - o VW empilhado da Volkswagen significaria confiabilidade; o manuscrito da Coca-Cola, sensibilidade; o rosto estilizado da LG, permanência... Não, pare. Isso não é sério! É essa conversa vaga, quando vem de profissionais do design, que tira uma lasca da integridade do ofício e faz parecer, aos olhos dum leigo ( = cliente) que, efetivamente, a essência da criação é facil e qualquer bobagem se justifica. O resultado são os tantos clientes chatos, mimados, palpiteiros: afinal, foi-lhes ensinado que nós, criativos, acreditamos que o arredondamento de uma parte de um símbolo exala transparência e excelência. Por favor...
O novo símbolo traduz essa idéia, uma vez que vários elementos se somam para criar um todo harmônico. Também preservou a referência à caravela da marca de origem, figurativa no início, depois, estilizada.Concordo com o todo harmônico (se bem que o texto blocado na largura do quadrado ficaria mais bonito). Mas note bem: o barco original não era uma caravela. Era uma embarcação maior e mais moderna. E a referência não foi preservada, não: as velas do barco eram um conjunto de seis retângulos mais dois triângulos, enquanto a atual é uma construção Bézier. Pode parecer chatice, mas não há parentesco visual entre as duas concepções de velas.
O padrão cromático anterior foi mantido, preservando-se assim um importante elemento de reconhecimento do público.Não foi, não. O azul ultramarino antigo e o ciano novo são muito diferentes, tanto em matiz como em tonalidade. Confundi-los é uma questão cultural, mais do que perceptual.
Redesenhar a marca de uma empresa reconhecida no mercado é sempre um grande desafio. A solução deve equilibrar o impacto visual da atualização da identidade com a preservação dos elementos estruturais de reconhecimento da marca com o seu público.Até aqui, beleza. Mas conforme já vimos, o pobre navio foi afundado; ficou apenas uma vela, bem menos reconhecível.
Antes de desenhar a nova marca, foi também realizada uma pesquisa com a direção, clientes e corretores, detectando-se, assim, os valores intrínsecos que deveriam ser expressos: excelência, prestatividade, transparência e humanismo. O arredondamento das pontas do quadrado azul, assim como a definição de um símbolo mais dinâmico e construído a partir de curvas, busca comunicar esses conceitos.Os cantos arredondados do quadrado, outra característica extremamente banal no universo das marcas - está aí o Itaú para me endossar - representariam prestatividade e humanismo...?! Ou essas seriam virtudes expressas da vela...?Então tá: por esse critério, só para ficar nos valores-chavões que toda empresa adora exibir - o VW empilhado da Volkswagen significaria confiabilidade; o manuscrito da Coca-Cola, sensibilidade; o rosto estilizado da LG, permanência... Não, pare. Isso não é sério! É essa conversa vaga, quando vem de profissionais do design, que tira uma lasca da integridade do ofício e faz parecer, aos olhos dum leigo ( = cliente) que, efetivamente, a essência da criação é facil e qualquer bobagem se justifica. O resultado são os tantos clientes chatos, mimados, palpiteiros: afinal, foi-lhes ensinado que nós, criativos, acreditamos que o arredondamento de uma parte de um símbolo exala transparência e excelência. Por favor...
O novo símbolo traduz essa idéia, uma vez que vários elementos se somam para criar um todo harmônico. Também preservou a referência à caravela da marca de origem, figurativa no início, depois, estilizada.Concordo com o todo harmônico (se bem que o texto blocado na largura do quadrado ficaria mais bonito). Mas note bem: o barco original não era uma caravela. Era uma embarcação maior e mais moderna. E a referência não foi preservada, não: as velas do barco eram um conjunto de seis retângulos mais dois triângulos, enquanto a atual é uma construção Bézier. Pode parecer chatice, mas não há parentesco visual entre as duas concepções de velas.
O padrão cromático anterior foi mantido, preservando-se assim um importante elemento de reconhecimento do público.Não foi, não. O azul ultramarino antigo e o ciano novo são muito diferentes, tanto em matiz como em tonalidade. Confundi-los é uma questão cultural, mais do que perceptual.
Por: Mario Amaya
Um comentário:
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